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Bono aos cristaos

Durante a turnê Heart of América, de 2002, que ele organizou para aumentar o despertamento sobre a Aids na África, o cantor do U2, Bono Vox, deu um passo radical: ele discursou diretamente aos seus companheiros cristãos.
Entre visitas a paradas de caminhões, escolas, e jornais, Bono também apareceu em megaigrejas e no Wheaton College. Bono ficou sem falar com a mídia evangélica americana por anos – e nós agradecemos que a urgência de sua causa tenha mudado isso. Mas a excursão de Bono no evangelicalismo americano deixou a desejar em um elemento: a sensação de que ele sente mais respeito pela cultura evangélica do que ele estava falando.

Na hora mais rebuscada do seu prosaico momento, Bono afirmou que a igreja:

*Poderá se tornar “irrelevante” se ela não responder adequadamente à crise da Aids na África.

*Pratica uma “hierarquia do pecado” que condena os aidéticos como merecedores de suas aflições por causa da promiscuidade sexual.

* “Perverteu os evangelhos e a Sagrada Escritura desde que ela foi escrita”.

MacPhisto, um personagem satírico que Bono adotou durante seus shows no início da década de 1990, afirmava que o Papa João Paulo e o Arcebispo de Canterbury estavam realizando o trabalho de Satanás. Bono adotou uma visão amena do Papa desde que eles conversaram sobre suas preocupações com a dívida do Terceiro Mundo. Pode ser que ele se satisfaça com o Arcebispo de Canterbury, agora que Rowan Willians, um homem de esquerda, ascendeu ao trono.

Os julgamentos de Bono levantam essa questão: Quanto ele conhece sobre o assunto? Ele, antes de tudo, evita a igreja desde que rompeu com o Shalom, grupo irlandês inspirado em Watchman Nee, no início da década de 1980.

Essa experiência com as igrejas deixou Bono com um questionário de eclesiologia que mede a missão da igreja (ou sua importância) quase a partir de termos geopolíticos. Bono parece inconsciente do trabalho de socorro à AIDS que tem sido feito na África por anos, tanto por missionários quanto por cristãos indígenas. Ele nunca se lembra que muitos cristãos estavam trazendo socorro aos africanos sofridos na mesma década em que o U2 atraia multidões para suas turnês Zôo TV e PopMart. Se os americanos falham em persuadir a administração Bush em aumentar a ajuda estrangeira de acordo com a percentagem do PIB da forma como Bono achava aceitável, aí Bono culpa a igreja por permanecer imóvel, como os alemães assistindo os judeus sendo transportados para campos de morte.

Bono tem demonstrado uma clara compaixão pelas pessoas sofridas durante sua carreira. Ele se apresentou em eventos beneficentes como o Live Aid e tem feito grandes esforços para trazer a memória do mundo o sofrimento das pessoas (como ficar um mês em um campo de refugiados da Etiópia na década de 1980). Nós entendemos porque Bono se chateia quando ele pensa que a igreja está sentada complacente, enquanto milhares de africanos encaram a ameaça diária da morte.

Bono disse repetidamente que o cristianismo sem um elemento de justiça social é vazio. Nós concordamos. Mas a súplica de um cristão por justiça social sem adoração regular a Deus com a comunidade da igreja é um pouco mais do que ativismo por si só. Ninguém pode ficar fora da igreja e criticar a obediência dela ao evangelho. Parte do chamado de Deus para a vida cristã é andar em conjunto e morrer por outros seres humanos, tanto em sua queda como em sua glória redimida.

É bem possível que Deus esteja usando Bono para desafiar a consciência dos evangélicos. É também uma evidência do constante senso de humor de Deus usar um rock star em causas de justiça e misericórdia. Se isso for verdade, nós esperamos que Deus use esse tempo para levar Bono a um profundo entendimento do que significa ser cristão.

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